"Neste espaço divulgamos alguns recursos, que compõem as tecnologias de construção para Internet e possibilitam a interação com conteúdos educacionais."

terça-feira, 15 de novembro de 2011

"Gonzo da Educação"

Bruno Peron
GONZO DA EDUCAÇÃO
Bruno Peron Loureiro

Por quenão se dá a atenção devida à educação infantil? Famílias descuidam seu papelcomo educadores e incumbem proles insustentáveis ao Deus-dará ou oEstado-proverá.
Ascrianças desenvolvem-se em sociedades de comunicação e informação e adquiremdestrezas distintas das que se requeriam nas gerações anteriores. Um jovem dedez anos maneja com facilidade a maioria das funções de um aparelho celularrecém-lançado, enquanto um adulto de cinquenta engatinha no uso das novastecnologias.
Ajuventude é a fase mais delicada e vulnerável de formação do caráter. É nelaque os pais e outros entes envolvidos no processo educativo devem oferecer omelhor de si para a tarefa reprodutiva e evolutiva a que se sujeitaram.
Não poracaso sustento medidas radicais de controle de natalidade em paísessubdesenvolvidos a fim de que as famílias propiciem às crianças todo o carinhoe os recursos necessários para a construção de seres dignos e cientes de seusdireitos e deveres.
Aspolíticas governamentais brasileiras por vezes desprezam a formação da criançacomo construtora de uma nação forte e exemplar. Em vez de buscar parcerias comgestores de outras políticas públicas sociais, acabam por tratar a criança tãopontualmente como o médico ocidental extirpa o efeito físico das doenças edespreza as causas emocionais.
Logosurgem políticas públicas de aprovação automática nas escolas de ensinofundamental, criação de cursos que preparam o jovem para ser mão-de-obra braçale mal remunerada o resto da vida, e formação de laços estranhos com ainiciativa privada que têm transformado o prestígio dos estudantes de colégiospúblicos em vira-latas atrás de sucatas.
É precisoser hábil, probo e responsável para lidar com políticas públicas educativas voltadasaos jovens, visto que recrudescem-se os interesses privados sobre a esferapública e a tentativa de omitir também o idioma português através do ensinobilíngue desde muito cedo e em prol quase sempre do inglês.
A criançademora para ter consciência daquilo que lhe inculcam desde idades imaturas,destarte as mudanças de orientação religiosa e as rebeldias serem tãofrequentes na adolescência. É uma temporalidade da formação que demanda ofertasbenéficas e variadas para estimular a criatividade, e o acompanhamento dosresponsáveis.
Não é raroque as crianças sugiram ideias e ações diferentes das de seus familiares epassem esporadicamente a educá-los como se houvesse inversão de papéis. Tenhoacompanhado políticas municipais que visam a educar as crianças para o trânsitomuito antes da habilitação a fim de que se gere um "efeito multiplicador".
Aconsideração das crianças como esperança de um mundo melhor não subtrai aimportância que atribuo às outras faixas etárias, que culminam no heroísmo dosidosos em superar as vicissitudes e os desafios da vida. Estes fenecem e levamconsigo enciclopédias biográficas e experiências profundas da existência,raramente captadas pelas gerações subsequentes e entranhadamente embebidas nasfontes modernas de informação.
As trilhasdo processo educativo são amplas nalguns trechos mas sinuosas noutros porque osgestores nem sempre se dispõem a acompanhar a conjuntura cultural e os desafiosemergentes que tornam o giz um monitor em preto e branco.
É comumescutar que os jovens leem pouco e a falta deste hábito os tem emburrado, porémnunca se leu tanto como na era atual transpassada pelos meios de comunicação einformação, como mensagens de texto em celular, legendas de filmes, bate-paposvirtuais, e publicações de amigos em redes sociais.
Estediagnóstico, porém, poderia situar-se melhor nos tempos atuais desde que secritique o conteúdo das leituras e como elas contribuem (ou não) para aformação cívica num período tão vulnerável desta geração.
Criançasdevem crescer com oportunidades variadas e instruções para fazer a escolhamenos passível de arrependimento, assim se evita a fatalidade de ter que seguirum ofício e não outro de seu interesse e se lhes reserva a responsabilidadesobre seus pensamentos e atos.
Há quefazer uma aposta na dignidade das crianças através de atenção especial, queignore laços sanguíneos e a presunção de que o problema da educação no Brasilresume-se nos salários baixos dos professores do sistema público de ensino.
Muitasvezes é viável inverter os papéis de quem ensina e quem aprende.
Afinalidade desta inversão é o intercâmbio de carências e demandas.
O gonzo daeducação articula as crianças com a sublimação do ser humano.


http://www.brunoperon.com.br

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